Drave fazia parte dos nossos planos de escapadinha há uns bons meses. O Tiago, como escuteiro que foi já lá tinha andado, mas eu não. E a curiosidade era muita, depois de ter visto o documentário “Uma montanha do tamanho do homem“. Finalmente, dedicamos um belo sábado de Julho a este maravilhoso passeio.
Conhecida como aldeia mágica, e desabitada desde 2000, Drave fica aninhada entre as Serras da Freita, Serra de São Macário e Serra da Arada, concelho de Arouca. Deixamos o carro na aldeia de Regoufe e desde aí até Drave são quatro quilómetros, que levam cerca de 1.30h a percorrer.
O primeiro momento alto do passeio é vislumbrar bem ao longe a aldeia. Drave faz jus à designação de “mágica”, há realmente algo de especial neste aglomerado de pequenas casas, meio desfeitas, perdido no meio de serras. Quem se lembraria de se estabelecer aqui?
Na verdade, é bem remota a primeira referência a Drave, data do reinado de D. Dinis, sec XIV.
As pitorescas casas da aldeia são construídas em xisto e os telhados, pelo menos os que ainda permanecem, são em lousa, abundante nesta região.
No meio do xisto destacam-se duas construções, a capela de Nossa Senhora da Saúde e o “solar dos Martins”. A família Martins é conhecida em Drave desde o sec XVIII e Joaquim Martins foi o último habitante a deixar Drave, em 2000, pouco depois do telefone chegar a estas paragens, em 1993.
Desde 1995 que foi criada em Drave uma Base do Corpo Nacional de Escutas. Algumas casas têm sido compradas e estão a ser recuperadas pelos escuteiros. É bom saber que esta deliciosa aldeia não vai ser esquecida.
Para retemperar energias, nada melhor que espraiar junto à piscina natural, no sopé da aldeia. De água cristalina e com pequenas cascatas, chama para um mergulho.
Já de volta a Regoufe, cruzamo-nos com a D. Fátima, pastora e proprietária do restaurante de Regoufe. Uma figura muito simpática, que viemos a saber, é nora do Sr. Martins, o último habitante de Drave. Tudo em família, portanto! 🙂