Dá para congelar o tempo?

December 1, 2018

Tenho andado fugida, mas hoje apeteceu-me escrever, sobre este maravilhoso momento que atravesso. A verdade é que nunca me senti tão feliz e completa. A Clara é a grande responsável mas não só!

Foi precisamente em Dezembro do ano passado que engravidei e a Clara nasceu no final de Julho, cinco semanas antes do previsto. Depois do sobressalto inicial, e apesar de continuar uma bebé num percentil muito baixinho, é saudável e perfeitinha e isso é que importa.

Tenho por isso vivido uma deliciosa licença de maternidade, usufruindo ao máximo o tempo com a filhota.
No outro dia comentava com a minha irmã, vivo no melhor sítio do mundo para uma licença de maternidade, ao lado do mar e de um enorme calçadão, do parque da cidade mas também onde todo o tipo de serviços e comércio estão à distância do pé e da alcofa.

Há lá coisa melhor que acordar num dia de sol de inverno e passear a bebé, bem agasalhada, à beira mar.

E como nada acontece por acaso, e porque as redes sociais têm tanto de pernicioso como de surpreendente, no início de outubro, li um post de alguém que conheço que tinha concluído um curso de design de interiores, algo que há muito eu gostaria de fazer mas o tempo não dá para tudo. Em dois dias iria iniciar uma nova edição e por isso nem tive tempo para reflectir, atirei-me para essa aventura, era o momento certo.

E assim, por umas horinhas, duas tardes por semana, desfoco-me da bebé, da fralda e do leite e dedico-me a aprender Autocad e outros softwares da arte, desenho em perspectiva, mood boards, concept boards, projectos. Todo um novo mundo. E o melhor é que o faço por puro prazer, sem pressão, sem ter de provar nada a ninguém, a não ser, no limite, a mim própria. Aprender por prazer tem outro sabor, tudo se torna mais simples e é tão bom sair da nossa zona de conforto.

O que tem isto a ver com a minha profissão? Nada. Mas como já tenho mostrado neste blog há uns anos que tenho tido necessidade de dar azo a um lado meu mais criativo. Como diria o Prof. Abel Salazar, e que o Tiago repete muitas vezes, “quem só sabe medicina nem de medicina sabe” e eu adaptaria para “quem só sabe de medicamentos, nem de medicamentos sabe”.

Numa destas manhãs de sol, num passeio à beira mar, tive este insight de felicidade, que parece não caber no peito, uma bebé deliciosa, tempo para tanta coisa de que gosto e o apoio do maridão e família. Dá para congelar o tempo?

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