Lembro-me deste cavalo de pau, mais ou menos desde que me conheço. Foi meu companheiro de muitas brincadeiras e aventuras.
Ao aproximar-se a chegada da Clara e na azáfama da decoração do quarto, lembrei-me do cavalo de pau, há muito esquecido.
Na verdade, este sobrevivente resistiu a mudanças de casa e a muitos anos de abandono na garagem. Faltava restituir-lhe a vida de outrora, com um toque de modernidade.
Para lhe dar um ar mais orgânico e natural, queria que viesse ao de cima a madeira de pinho, escondida por baixo de camadas de tinta.
O trabalho consistiu desmontar o pequeno cavalo e lixar toda as partes, com excepção da cabeça. A cabeça seria muito difícil mexer, sob pena de desvirtuar a peça, por isso optei por deixá-la tal como estava.
Depois de todo lixado, os pés do baloiço foram pintados, novamente, de vermelho, de forma a combinar com a pega da cabeça e a manter uma ligação com o brinquedo que tinha sido um dia. O corpo do cavalo foi deixado em pinho e no final encerado com cera natural.
E aqui está o resultado.
Fico contente sempre que consigo dar uma nova vida a uma peça e mais ainda aquelas que de alguma maneira têm um valor que vai muito além do material. Quem sabe se o velho cavalo de pau não chegará um dia a uma terceira geração?