Os últimos artesãos do Vale do Paiva

August 10, 2017

O dia dedicado a Drave, de que falei na publicação anterior, para além do maravilhoso passeio, tinha um outro propósito escondido. Apetecia-me saber um pouco mais sobre os últimos artesãos do Vale do Rio Paiva, ultimamente muito em voga pelos famosos Passadiços.

No natal passado os meus sogros ofereceram-me um livro fantástico, chamado precisamente “Os últimos artesãos do Vale do Paiva”, que retrata os ofícios ainda existentes ao longo do Vale do Rio Paiva, que se encontram em sério risco de desaparecer. O livro foi idealizado e desenvolvido pela Associação SOS Rio Paiva.

Retrata ofícios e pessoas que preservam conhecimentos antigos, sujeitos a desaparecer, se não forem recuperados e valorizados pelas novas gerações: cesteiros, funileiros, latoeiros, oleiros, alfaiates, moleiros, tamanqueiros, escultores, carpinteiros, etc. No total são cerca de meia centena os artesãos retratados no livro.

O objectivo do projecto foi precisamente o reconhecimento do valioso trabalho destes artesãos, muitos deles esquecidos nas montanhas que ladeiam o leito do rio Paiva, e das peças que nascem das suas mãos, a maior parte das vezes criadas com recurso a matéria prima local. A recolha realizada pelos dois autores, revela um património humano e material único, que merece ser reconhecido e que poderá constituír uma peça importante num desenvolvimento sustentável da região.

Levei o livro comigo para o caso de conseguirmos visitar algum destes artesãos, nas redondezas de Drave. O mais próximo era a ABBA – Associação de Bordadeiras e Bainhas Abertas de Arouca, precisamente no centro de Arouca.

Entrados em Arouca apercebemo-nos de uma comemoração, ao estilo feira histórica, onde vários artesãos mostravam os seus ofícios, cada um com a sua barraquinha. Na muche!
As bordadeiras não estavam na Associação mas sim numa destas barraquinhas. E lá estava o mesmo bastidor do livro, com os vários tipos de bainhas abertas 🙂
Não resiti a comprar-lhes um pano para tabuleiro, alinhado e com bainhas abertas.

Também lá estavam o tamanqueiro, cesteiros, carpinteiros e outros.

Muito gostava de ter uma escultura de madeira do Sr. Alcíades Figueiredo. Um dia destes vou procurá-lo.

O livro vale muito a pena, tem fotografias impressionantemente bonitas. Para além disso, ajuda a manter vivos estes ofícios em vias de extinção. Por um motivo ou outro recomendo-o!

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