No início do ano partilhei aqui, em O castanheiro da minha infância, a mesa que ofereci ao meu Pai no Natal, feita com uma argola do castanheiro que ele próprio tinha plantado em 1967. Sou suspeita, claro, mas a mesa ficou linda.
De todo o processo de corte do castanheiro, fiquei na altura com 3 argolas iguais. Uma foi para a mesa do Pai e restavam-me outras duas. Durante estes meses, fui-lhes dedicando algum tempo e já que, tanto eu como a minha irmã, fazemos anos em Junho, decidi oferecer-nos, uma mesa a cada.
Como em “equipa que ganha não se mexe”, decidi manter as Hair Pin Legs, Pernas em Alfinete, mas, em vez de as pintar de preto, optei por pedir ao serralheiro para os deixar em ferro, enferrujado. Neste caso, o ferro é molhado várias vezes, de forma a enferrujar, e depois envernizado.
Para quem tiver curiosidade, fica um pouquinho da história das míticas Hair Pin Legs, criadas há mais de 70 anos.
O protagonista desta história é o designer Austríaco Henry P. Glass, que durante a 2ª guerra mundial emigrou para Nova York. Em 1941, criou uma linha de mobiliário de exterior, recorrendo a ferro e vidro. As mesas e cadeiras criadas por Glass, com Pernas em Alfinete, fizeram furor no meio, pela sua simplicidade e inovação.
Na verdade, demonstram bem o impacto que a 2ª grande guerra teve a nível do design, em que era desejável o mínimo recurso a materiais. As elegantes Hair Pin Legs são produzidas com uma reduzida quantidade de ferro mas oferecem grande robustez. Curiosamente, Glass nunca patenteou estes modelos, desconhecendo-se se foi intencional ou não.
As Hair Pin Legs marcam, sem dúvida, o início de uma tendência, tendo sido usadas por inúmeros designers de renome, como Charles Eames e Hans Knoll. E permanecem até aos dias de hoje.